A pandemia da COVID-19 estimulou nas instituições de ensino ao redor do mundo uma grande aceleração no uso e no desenvolvimento de soluções e plataformas ágeis, escaláveis e seguras de aprendizagem on-line. Dessa forma, muitas se apoiaram nos benefícios da nuvem como uma maneira de acompanhar esse cenário e permitir que alunos e professores construíssem uma jornada de estudos a distância. Como uma maneira de analisar esse contexto, a atual maturidade do setor da educação e traçar perspectivas para o futuro, a Amazon Web Services Inc. (AWS) realizou a pesquisa Jornada para a Nuvem, desenvolvida pela consultoria Omdia.
O estudo mostra que a jornada para a nuvem não é realizada em uma única etapa, mas em estágios distintos. Permeia mudanças de infraestrutura, plataformas ágeis e flexíveis, com ampla expansão da capacidade computacional e melhor aproveitamento de ferramentas de ponta. De acordo com o levantamento, o mercado já está atento a esse movimento, e 55% das empresas entrevistadas pretendem contratar serviços de terceiros para projetar e executar a segurança na nuvem.
A expectativa é de que, em dois anos, o investimento em aplicativos on-premises seja superado pelos aplicativos de software como serviço (SaaS) na educação superior. Em números, os gastos globais em infraestrutura, plataformas e aplicativos baseados em nuvem aumentarão de US$ 1,75 bilhão em 2019 para US$ 4 bilhões em 2023. E os gastos de TI, somente com infraestrutura em nuvem, irão de US$ 419 milhões para US$ 909 milhões no mesmo período, uma taxa de crescimento anual de 21%.
Mas apesar das projeções de maiores investimentos, o estudo mostra que ainda há um longo caminho a percorrer. Apenas 35% das instituições de ensino superior, por exemplo, estão bem avançadas ou completas na exploração do valor dos dados em toda a organização. Isso está bem abaixo do número da indústria de serviços financeiros (54%), líder no assunto. O setor também tem demorado a adotar big data, com apenas 50% das empresas testando ativamente ou adotando ferramentas de data lakes – ante 66% dos líderes nessa tecnologia, os bancos –, e 43% estão usando alguma forma de Inteligência Artificial – atrás de setores como telecomunicações, com 64%.
As experiências do Grupo Ânima Educação do Brasil e do Grupo Cogna Educação com a AWS demonstram o poder da nuvem em permitir a transformação institucional e do ensino. O Grupo Ânima Educação, por exemplo, está economizando US$ 400 mil por ano mudando a sua infraestrutura de TI para admissão de alunos e exames on-line para a nuvem. Além disso, a migração permitiu reduzir o custo de hospedagem dos seus sites em 30%, de maneira a acomodar o crescimento rápido de matrículas de estudantes nos sete estados em que atua – São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Bahia e Sergipe. Os dois grupos atendem a 2,5 milhões de alunos e empregam 36 mil pessoas em todo o país.
Em relação ao Grupo Cogna, à medida que crescia, era difícil manter a disponibilidade dos aplicativos para os alunos e oferecer suporte à adição de novos recursos, em momentos nos quais o app chegava a 10 mil acessos simultâneos. A partir do trabalho com a AWS, foram criados microsserviços que permitiram o aumento da capacidade de computação conforme a necessidade sem degradar sua funcionalidade.
Outros benefícios dos serviços em nuvem para instituições de ensino incluem inovação acadêmica e administrativa mais rápidas, sistemas mais inteligentes e seguros, insights baseados em dados, redirecionamento da missão de TI para apoiar diretamente a eficácia dos negócios, otimização de gastos institucionais e melhor experiência do usuário.
Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/educatech/2021/03/02/apenas-35-das-instituicoes-de-ensino-superior-no-brasil-avancam-na-exploracao-de-dados/