Um dia antes do feriado de Corpus Christi (16), o setor produtivo sofreu uma enorme movimentação. O motivo foi a elevação, pela décima primeira vez consecutiva, da Selic, taxa básica de juros.
Ela chegou agora ao patamar de 13,25%, o que é o seu mais alto nível desde o primeiro mês de 2017, quando estava em 13,75% ao ano.
O que estão falando na mídia sobre a alta?
Uma das primeiras pessoas influentes a se manifestar sobre o caso foi o vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e atual presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone. De acordo com ele, elevar a Selic a esse patamar não passa de “um exagero”.
De acordo com Cervone, a Selic exagerada no atual cenário de dificuldades “representa uma estratégia monetária irresponsável com a população do Brasil”. Para ele, o momento deveria ser de priorização no aumento de investimentos, geração de empregos e retomada do crescimento econômico. Para ele, também é de se preocupar que essa alta não esteja conseguindo conter a inflação.
Quem também se manifestou contra a decisão foi a CNI (Confederação Nacional das Indústrias). A organização considerou como “equivocada” a elevação da taxa para 13,25%. “Esse aumento não é necessário para o controle inflacionário e terá custos adicionais à economia, como queda da produção, consumo e do emprego”, disse em nota Robson Braga, presidente da Confederação.
Já a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) classificou o aumento dos juros como um sacrifício para a atividade econômica, que no geral já está fraca. “O setor produtivo ainda está convivendo com a alta nos custos da produção. A população em geral também está sofrendo com a deterioração da renda”, se manifestou a entidade em nota.
A Selic “às alturas”, como vem sendo apelidada, gerou manifestação também por parte das organizações e entidades regionais.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, Marcelo de Souza e Silva, afirmou que o impacto também será negativo para o comércio. “Isso porque o crédito junto aos bancos ficará mais caro para os empresários e lojistas. Nesse cenário, o comerciante acaba repassando a diferença para o consumidor. Isso cria um efeito dominó onde os investimentos, produtividade e venda são prejudicados”.
Com isso, o setor produtivo teme que os reflexos de tantas altas consecutivas da taxa básica de juros acabem gerando desemprego, produtividade em baixa, alta inflação e, principalmente, queda na renda em circulação. Em resumo, todos nós estamos perdendo poder de compra.
Qual é sua opinião sobre as altas consecutivas da Selic? Conte para nós.
Fonte: Grupo Editores do Blog.