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Startup cearense lança plataforma gratuita de tecnologia blockchain para empresas e indústria

por ANAFISCO

A startup cearense Blockchain One, especializada no desenvolvimento de soluções descentralizadas a partir da tecnologia blockchain, desenvolveu uma plataforma que conecta diferentes negócios a redes blockchain. A DocStone vai permitir que as empresas usem a tecnologia blockchain de forma gratuita, integrando a nova infraestrutura digital para circulação de dados aos seus negócios de forma mais simples.

A plataforma dá acesso a uma API, interface de programação, que permite a integração de um negócio tradicional e a redes de blockchain existentes no mercado. Ao acessar a plataforma, as empresas podem registrar documentos que vão de patentes e documentos a músicas e livros. A ferramenta ainda disponibiliza autenticidade imutável por hora/data, emissão de código hash ou de contrato inteligente (smart contract), e cópia de metadados por e-mail.

As companhias poderão utilizar a rede blockchain pública Celo e emitir até 100 registros — ou documentos — mensais e até 100 contratos inteligentes.

O projeto de incubação desenvolvido por Dan Stefanes, Alan Kardec e Jerffeson Teixeira de Souza teve início em 2020, na Universidade Estadual do Ceará. Após receberem um investimento anjo, os empreendedores fortaleceram a tese e decidiram construir algo fácil do ponto de vista técnico que pudesse ligar negócios tradicionais à tecnologia blockchain.

Alan Kardec, que é COO da Blockchain One, comenta que, à época, a tecnologia era algo muito distante, tendo em vista a complexidade de construir e implementar soluções neste segmento. E mesmo sabendo que já existiam alguns experimentos interessantes na área de finanças descentralizadas, a empresa focou em estruturar APIs para que no futuro pudesse ser utilizado de forma simples por qualquer companhia.

“Naquele ano, potencializamos muito a pesquisa científica para conseguir construir essa alternativa. Não foi tarefa fácil, mas fizemos vários experimentos e validações, de publicações científicas até testes de mercado, como uma plataforma que utiliza a nossa tecnologia para registros de obras e direitos autorais” complementa Kardec.

Os fundadores do DocStone, acrescentam que a plataforma nasceu com essa promessa de reduzir burocracias, aumentar a produtividade e baratear produções, permitindo que as empresas automatizem o gerenciamento de seus negócios.

“O grande diferencial será o custo, que cai consideravelmente. Atualmente qualquer indústria tem gastos com uso de tecnologia blockchain”, afirma Kardec. A expectativa da startup movimentar cerca de R$ 20 milhões na plataforma até 2024, com a adesão de 10 mil empresas.

A startup também oferece pacotes pagos, nos quais o leque serviços e ferramentas é maior. Entre eles está o suporte para integração da Docstone ao sistema do cliente, tokenização de ativos, rastreabilidade e registro de evidências como ESG, pegada de carbono e outros protocolos, mecanismo personalizáveis de prova de validade jurídica de conteúdos ou documentos, emissão de tokens não fungíveis (NFTs) ou certificados antifraudes.

“O uso de blockchain vem revolucionando negócios no mundo inteiro. Ele é considerado uma tecnologia alternativa para diversos mercados por utilizar a descentralização, a imutabilidade e a rastreabilidade como recursos de garantia e transparência”, diz Souza.

Kardec acrescenta ainda que, cada vez mais, os mercados vão exigir origem do que é comercializado dentro e fora do Brasil, por causa das exigências legais e das aplicações ESG. Um exemplo, segundo ele, é a lei anti-desmatamento da União Europeia, que impede a entrada na região de produtos originários de áreas desmatadas.

“Essa medida vai demandar de exportadores brasileiros garantias de suas produções. Essa é, inclusive, uma das preocupações do agronegócio brasileiro. É nesse sentido que a tecnologia blockchain atua e por isso ela é tão urgente. Ela se comunica com as demandas da retomada econômica no Brasil e no exterior”, pontua.

Ele diz que empresas que trabalham com recursos naturais, administração pública, setor imobiliário, mercado financeiro, cartórios e empresas de saúde e educação são as que mais devem se beneficiar do uso da solução, tendo em vista que as informações enviadas à plataforma, são criptografadas e distribuídas em diferentes redes.

Segundo Stefanes, todo o compartilhamento de dados na plataforma é feito de forma segura. “Há um sistema baseado em criptografia e contratos inteligentes. Também é possível criar uma verificação de identidade, que integra e controlar o acesso a sites, a ambientes físicos e a compartilhamento de informações”. Ele afirma ainda que a API protege as informações contra adulterações e invalidações por tempo.

Fonte: https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/03/startup-cearense-lanca-plataforma-gratuita-de-tecnologia-blockchain-para-empresas-e-industria.ghtml

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