A poluição visual está diretamente ligada à falta de equilíbrio e organização do ambiente. A desarmonia causada pela poluição visual é um fator que afeta diretamente a qualidade de vida da comunidade.
Primeiramente, é preciso mencionar que excesso de elementos e a falta de cuidado na preservação provoca a degradação visual da paisagem, afetando o dia a dia das pessoas que são, por longos períodos de tempo, expostas a esse tipo de poluição, mesmo sem perceber.
O que pode parecer uma simples degradação do meio ambiente, pode ser poluição visual, muito embora até hoje ainda não seja tão levada a sério ao ponto de ser vista como um dos motivos que dão origem a problemas de saúde.
Esse desequilíbrio causado por uma paisagem artificial atinge seus a população de forma direta, causando até mesmo efeitos psicológicos de difícil diagnóstico.
O excesso de informações contidas em placas, muitas vezes, com alto grau de luminosidade, se une a outros elementos como a poluição sonora, poluição ambiental e o próprio estresse, gerando assim um dos males da sociedade contemporânea.
Importante destacar que um dos maiores responsáveis pelo aumento da poluição visual nas grandes cidades, sem dúvidas, é o crescimento do mercado consumidor, que tem se tornado cada vez mais competitivo.
O que é poluição visual?
Entre as fontes de poluição visual podemos mencionar:
- Mídias conhecidas como outdoor, totem, backlight, frontlight, painel digital ou eletrônico, o triedro e fachadas;
- Aglomerações permanentes de pessoas em áreas restritas da cidade como calçadões, aeroportos e estações de metrô;
- Recipientes de lixo expostos abertamente em lugares públicos;
- Favelas carentes de organização urbana e arquitetônica;
- Grafites e pichações;
- Postes de fiação aérea como os de telefonia, iluminação e tv a cabo;
- Monumentos mal conservados;
A poluição visual gera consequências à toda comunidade, pois ela impossibilita a percepção e a observação da paisagem.
Hoje existem leis que legislam sobre o problema e punem através de ordens administrativas, cuja função é fazer com que o agente poluidor responda por seus atos, já um ambiente ecológico equilibrado é um direito de todos.
Desafios causados pela poluição visual
O elevado número de cartazes publicitários nos espaços urbanos como outdoors, placas, cartazes, telões, painéis eletrônicos, faixas e luzes, causam cansaço e irritabilidade.
Além disso, também podem lesar a comunidade com a oferta excessiva de produtos inacessíveis à maioria da população – como moradias e carros luxuosos -, que têm contato diário com aquela propaganda.
De acordo com estudos, a poluição visual é um dos mais importantes fatores de distresse atualmente, pois em média 85% das informações do meio ambiente são processadas através do sistema visual.
Um estudo realizado em Campina Grande, na Paraíba, sobre a poluição visual e os seus malefícios, concluiu que um dos problemas do excesso de publicidade visual é a perda da naturalidade do meio urbano.
Prédios e monumentos considerados históricos vão perdendo a sua importância por ficarem escondidos pela grande quantidade de materiais publicitários.
Além disso, em relação à saúde da população da cidade, houveram diversos relatos de sintomas sofridos, desde mal-estar e cansaço, até dores de cabeça, após um longo período de exposição visual às cores fortes e excesso de letreiros das publicidades.
Por fim, o maior problema é que, devido à competitividade no mercado consumidor, existe uma ideia errônea de que quanto maior, mais colorido e mais chamativo este apelo, maior será o retorno financeiro.
Porém, isso tem custado o bem-estar visual da população que circula e vive no entorno desses ambientes.
Metrópole brasileira busca redução da poluição visual
Muitas cidades, aos poucos, têm compreendido os efeitos nocivos da poluição visual e tem buscado alternativas para reduzir os danos causados. São Paulo é uma dessas cidades.
A cidade criou a Lei Cidade Limpa (lei 14.223), que visa uma cidade com uma paisagem mais harmônica e natural.
Essa lei busca atacar a poluição visual e a degradação ambiental através de proibições de anúncios publicitários nos lotes urbanos como muros, coberturas e laterais de edifícios.
E também a publicidade em carros, ônibus, motos, bicicletas, etc, buscando, dessa forma, preservar a memória cultural e histórica da cidade e também facilitar a visualização das características das ruas, avenidas, fachadas e elementos naturais da cidade.