Home ANAFISCO Cidades solicitam prazo na construção de soluções para população em situação de rua

Cidades solicitam prazo na construção de soluções para população em situação de rua

por ANAFISCO

Dificuldades financeiras foi o principal argumento dos integrantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que foi exposto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dificulta o cumprimento do prazo de 120 dias determinados por ele, nas ações em prol de moradores em situação de rua. 

Entretanto, conforme os integrantes do FNP, o prazo continuará valendo.  A medida foi publicada em 25 de julho 2023. A ação do STF determina aos Executivos federal, estaduais e municipais, a adoção de providências em relação às condições desumanas de vida da população em situação de rua no Brasil.

A ação que gerou essa determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi movida pelos partidos PSOL e Rede, e pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). A decisão do ministro é liminar (provisória), e deverá passar por análise do plenário da Corte. Ainda não há data para isso. 

Determinações para prefeituras nos cumprimentos das ações 

Dessa forma, para as prefeituras compete seguir a Política Nacional para a População em Situação de Rua, com 14 objetivos. São ações para assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas, que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda.  

Os municípios deverão efetivar medidas que garantam a segurança pessoal e dos bens das pessoas em situação de rua, dentro dos abrigos existentes, além de proibir o recolhimento forçado de pertences.

Prefeitos alegam que precisam de mais recursos 

Conforme o Prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD), ”o desafio dos municípios passa totalmente pela necessidade de recursos”, enquanto que para o Prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), a resolução desses problemas precisa de ações de apoio do governo Federal. “A gente precisa ter participação do Governo Federal, não só no discurso mais na prática”, disse.

Em Porto Alegre o orçamento para a população que vive na rua é de aproximadamente R$ 33 milhões anuais, entre R$1 milhão e R$1,5 milhão vem do Governo Federal. Conforme o Prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), “Não será com uma decisão monocrática que a gente resolve esse tema. Precisa de uma mesa de diálogo”, afirmou.   

Segundo o Prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), “A decisão do Ministro foi fundamental, justamente por chamar atenção para discussão nacional”. Conforme disse ele, “A decisão vai colocar os governos dos estados e governo federal para participar do financiamento dessas políticas públicas, pois os municípios sozinhos não suportam mais”.         

Medidas importantes contidas no plano

Nesse plano deverá conter a elaboração de um diagnóstico atual da população em situação de rua, com identificação do perfil, procedência e de suas principais necessidades. Dentre as medidas feitas de caráter liminar pelo ministro, consta como dever das zeladorias urbanas a realização periódica de mutirões da cidadania para a regularização de documentação. Além disso, deverá existir inscrição em cadastros governamentais e inclusão em políticas públicas existentes. Em conjunto com essas medidas, deve conter a criação de um programa de enfrentamento e prevenção à violência, que atinge a população em situação de rua.

Mapeamento da população em situações de rua

Considerando entre outros pontos, o plano também deverá conter mecanismos para mapear a população em situação de rua no censo do IBGE. Além de meios de fiscalização de processos de despejo e de reintegração de posse no país. Incluindo também na elaboração no plano, medidas para garantir padrões mínimos de qualidade nos centros de acolhimento. Destacando que a Política Nacional para a População em Situação de Rua foi instituída por decreto de 2009, mas não foi efetivada por prefeituras e governos de estado. A norma traz ações e medidas para preservar a saúde e a vida de pessoas em situação de rua.

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