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Brasil é liderança no mercado de créditos de carbono para reflorestamento e proteção de florestas

por ANAFISCO

O Brasil está diante de significativa oportunidade de liderar mundialmente a proteção de florestas e reflorestamento. Nosso país está apto para protagonizar essas atividades socioeconômicas no desenvolvimento de um mercado vibrante de carbono florestal.  Os desafios são muitos, especialmente relacionados aos financiamentos dos investimentos, necessários para viabilizar iniciativas de prevenção, desmatamento e sequestro de carbono. 

Entretanto, há uma perspectiva positiva, que os objetivos traçados, em alcançar neutralidade de carbono entre 2050-60 sejam atingidos. Esse contexto favorável ocorre em função dos desenvolvimentos dos mercados voluntários, regulados de carbono, impulsionado pelo crescente comprometimento de empresas. Desse modo, também considerando, o essencial abatimento de suas emissões e a possível regulamentação do Acordo de Paris.

Oportunidade para o Brasil mostrar sua liderança e gerar empregos

Globalmente, o Brasil se destaca com maior potencial e competitividade para captura de carbono por meio da preservação e restauração florestal. O país possui a chance de explorar essa oportunidade, aliando esse propósito nas atividades de desenvolvimento sustentável, com a geração de empregos e renda. De modo especial, em regiões de baixo desenvolvimento socioeconômico. Entre os benefícios desse investimento em preservação ambiental, está à promoção da mitigação do aquecimento global, recuperação da biodiversidade e regulação de chuvas. 

Benefícios para produção 

Outro essencial benefício é a redução aos riscos para produção agrícola, que dependem dos regimes de chuvas, gerados por nossas florestas. Nesse contexto, o país pode se posicionar como líder global em emissão de créditos de carbono associados à conservação e restauração florestal. 

Vários países comprometidos  

Importante destacar que sessenta e cinco países, representando aproximadamente oitenta por cento do PIB mundial, já se comprometeram em alcançar neutralidade de carbono, entre 2050-60, incluindo países como China, Estados Unidos e a maioria dos países europeus.

Metas são estabelecidas 

A previsão é que até 2050, 5-10 GtCO2 devem ser sequestradas da atmosfera para atingir a meta de 1,5°C. Uma dessas consiste no mecanismo de DACCS (Direct Air Carbon Capture and Storage), que se refere à captura do CO2 e seu posterior armazenamento, por exemplo, em poços de petróleo inativados. Essa tecnologia ainda é imatura, tem custo alto e requer elevado consumo energético. 

Captura de CO2 com a transformação em biomassa

Entre as ações para atingir os objetos, está o mecanismo conhecido como BECCS (Bioenergy with carbon capture and storage), que promove a captura de CO2 por meio de sua transformação em biomassa, como ocorre no ciclo da cana-de-açúcar no Brasil. 

Método natural pode ser usado 

Também existem as formas de captura de carbono, por meios naturais, conhecidas como NCS (Natural Climate Solutions) e consistem na captura no solo, oceanos ou através do reflorestamento, que hoje já possuem alta viabilidade e prontidão para captura em escala.

Mercado voluntário na proteção de florestas e do reflorestamento

Essencial aliado nesse propósito socioambiental é o mercado voluntário de carbono. Nesse cenário, as empresas compram créditos para compensar suas emissões. Os créditos associados à proteção de florestas e restauração florestal já representam 40% do mercado. Porém, esse mercado ainda é pequeno, da ordem de menos de US$ 350 milhões por ano. 

Fatores importantes para o Brasil ocupar essa liderança:

  1. a) Fomento de uma regulamentação global e comum para o mercado de créditos de carbono, que inclua o manejo florestal. Será fundamental contar com um papel de liderança na COP26 em novembro deste ano, por meio de uma força-tarefa público-privada;
  2. b) Coordenação com agências de emissão de créditos de carbono, para redução do custo e complexidade de emissão de créditos, por tecnologias como inteligência artificial aplicada a imagens de satélites;
  3. c) Desenvolvimento de técnicas que permitam uma manufatura da restauração florestal, pois precisamos ser capazes de reflorestar, aproximadamente 700 árvores por minuto, para atingir a marca de 47 Mha reflorestados até 2050. 
  4. d) Práticas sustentáveis de exploração de florestas, com produtos não madeireiros, como castanha do Brasil, açaí e cupuaçu, entre outros, que podem gerar renda adicional para populações locais, propiciando um desenvolvimento econômico mais inclusivo. 

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