Pela primeira vez em 214 anos de existência o Banco do Brasil tem uma presidente mulher à frente da instituição. Mulher, nordestina e negra, Tarsiana abre portas inéditas na história. Conheça a seguir quem é essa mulher.
Confirmada em dezembro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tarciana Medeiros foi a nova escolhida para presidir o Banco do Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao anunciar que tanto o Banco do Brasil, quanto a Caixa seriam presididas por mulheres, disse: “O Banco do Brasil tem 200 anos, e nunca se pensou, nem de longe, em ter uma mulher na presidência. E nós vamos provar que uma mulher pode ser melhor do que muitos homens que já dirigiram o banco”.
O fato é que a presença feminina no BB tem sido construída com o tempo, conforme antigos paradigmas foram sendo quebrados por mulheres que, até não muito tempo atrás, nem concurso público podiam fazer.
Tarciana Paula Gomes Medeiros possui uma longa história dentro do banco, já que é funcionária de carreira há 22 anos.
Sobre seu novo caminho presidindo o banco, em seu discurso, Tarciana destacou: “Esse continua e permanecerá sendo o nosso jeito de ser BB. Essa é a nossa essência. A nossa base. Afinal, queremos ser uma empresa que proporciona a melhor experiência para a vida das pessoas. Que promove o desenvolvimento da sociedade, de forma inovadora e eficiente. E que ajuda pessoas, empresas, administrações públicas e instituições a alcançarem objetivos, metas, sonhos”.
Conheça Tarsiana Medeiros
Tarciana Paula Gomes Medeiros é natural de Campina Grande.
O início de sua vida profissional foi marcado por trabalhos de feirante, quando tinha cerca de 10 anos, no final da década de 1980. E também professora até o momento em que ingressou no BB, em março de 2000.
Tarciana é formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Administração, Negócios e Marketing e em Liderança, Inovação e Gestão.
Já em 2002, ela assumiu seu primeiro cargo de gestão, tendo atuado nos anos posteriores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Entre os anos de 2013 e 2018, Tarciana passou pela Superintendência Comercial do BB Seguridade, onde desenvolveu modelos estratégicos de indução de vendas, época em que a instituição conseguiu se consolidar entre as maiores da América Latina.
Até chegar à presidência do banco, Tarciana atuou na Diretoria de Clientes PF e MPE, e também como gerente executiva de Ciclos de Relacionamento com Clientes, no qual foi responsável pelo B-Commerce do Banco do Brasil.
Em seu discurso de posse do cargo, Tarciana disse: “Eu, mulher nordestina, paraibana, mãe, quando fui indicada para ser a primeira presidenta do BB, voltei exatamente para as minhas raízes, aquilo que me forma como pessoa e como profissional. E agora presidenta do BB”.
“Nosso banco é diverso, em um país diverso. Nós somos a cara do Brasil. Conhecemos a realidade de cada comunidade em que atuamos. Somos parte dessas comunidades e ajudamos a moldar as culturas locais. Participamos ativamente da vida social, das atividades econômicas, das manifestações artísticas, dos credos e cores. Não só falamos a mesma língua como temos os diversos sotaques. Compartilhamos os desafios e as oportunidades. Estamos em todos os cantos, juntos e misturados. Portanto, falar de Banco do Brasil é falar de pessoas.”.
A expectativa sobre a atuação da presidente do Banco do Brasil é positiva
Quando mencionado o perfil técnico de Tarciana, fontes deram destaque a seu amplo conhecimento em varejo, mas demonstraram certa preocupação com o grande trabalho que a executiva terá à frente na presidência.
“Ela vai apanhar um pouco pela questão de falta de casca estatutária, mas o banco abraça quando o presidente é um dos nossos”, afirmou uma fonte.
Já outra fonte, também sob anonimato, disse que Tarciana é uma profissional séria que terá muito caminho pela frente a ser percorrido no novo cargo, mas a expectativa é boa.
“Nas interações que tive com ela à época em que eu presidia o banco, pude constatar que se trata de uma profissional extremamente qualificada e competente, além de ser um excelente ser humano”, disse Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil.