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Baianas criam empresa que já gerou R$ 1,5 milhão em renda para catadores de recicláveis

por ANAFISCO

Duas baianas, que se conheceram por acaso e logo se tornaram amigas, fundaram uma startup que desenvolve soluções para reduzir o lixo das grandes cidades.

Saville Alves e Gabriela Tiemy são co-fundadoras da “Solos”, empresa dedicada à promover a economia circular e o fim do descarte incorreto de resíduos recicláveis, como o plástico.

De acordo com a Abrelpe – a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, – nosso país perde até R$ 14 bilhões todos os anos com o descarte sem reuso de recicláveis em lixões e aterros sanitários. É nesse cenário que a Solos trabalha.

Saville a Gabriela se conheceram há seis anos enquanto atuavam na ONG Teto, que trabalha com soluções para moradias populares.

“Com as vivências dentro de comunidades em vulnerabilidade, o lixo foi percebido como um demarcador social e o incômodo sobre essa problemática foi intensificado pelas mudanças de estilo de vida que estávamos passando”, destacou Saville.

Já Gabriela explica que a Solos se destaca em projetos focados na geração de renda dos catadores de recicláveis. “Temos uma política de contratação de fornecedores que valorize o trabalho e o conhecimento local e que utilizem insumos preferencialmente de menor impacto”.

Até aqui, a startup baiana já recolheu incríveis 600 toneladas de resíduos, engajando no processo mais de 1 milhão de pessoas.

Vale destacar aqui a iniciativa “Braskem Recicla”, que ocorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia; o “Carnaval Folia Que Vira”, maior ação de sustentabilidade em eventos de todo o Brasil; e o “Vidrado”, ação de sensibilização e coleta de vidro na comunidade de Caraíva e Ponta do Corumbau, no sul da Bahia.

“Hoje o Braskem recicla, é a principal ação patrocinada de educação e engajamento da companhia sobre economia circular. Além deles, temos o Carnaval Folia Que Vira e o Vidrado, entre outros, que juntos geraram renda de 1,5 milhão para a cooperativas”, contou Saville.

Tudo começa com a contratação de cooperativas, catadores e também voluntários que atuam na educação ambiental, na coleta e na triagem do material.

Nesse processo, é possível fazer recortes de gênero e raça. “Como exemplo, para valorizar populações que historicamente foram tidas como invisíveis. Das pessoas que foram empregadas durante a ações, 34% são homens, 66% mulheres; 40% auto identificados como da comunidade LGBTQIA+; e 25% de negros e negras”, disseram as fundadoras.

Em seis anos, a Soros já empregou mais de 200 pessoas de forma direta e indireta. “Adotamos uma política de remuneração em que o valor da hora de trabalho dos cooperados deve ser igual ou superior a do time contratado para atividades de campo, como mobilizadores”, pontuou Saville.

O trabalho de reciclagem se complementa com outras iniciativas, como a compostagem de resíduos orgânicos, oferecendo este tratamento para escolas, empresas, condomínios e até residências.

Nas escolas, em especialmente, a compostagem faz parte das atividades curriculares e gera conhecimento dentro da sala de aula.

Com tanta coisa incrível acontecendo ao mesmo tempo, o reconhecimento desse trabalho era apenas uma questão de tempo!

Tanto que neste ano, Saville Alves passou a integrar a lista das 20 mulheres inovadoras nas Agtechs da Forbes Brasil.

Segundo ela, em apenas 2 anos, a startup cresceu 400% – e a expectativa é de dobrar o crescimento em 2022, tanto em impacto, faturamento e estrutura interna de time. “Assim tornamos a vida de melhor para todos e todas: das cooperativas de reciclagem até às tartarugas marinhas”, destacou.

Fonte: Agência Eco Nordeste

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